O Vaticano iniciou nesta terça-feira (22) as despedidas privadas ao Papa Francisco, falecido na segunda-feira (21), aos 88 anos, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) seguido de insuficiência cardíaca. Funcionários e membros do clero foram autorizados a prestar suas últimas homenagens na capela da Casa Santa Marta, residência do pontífice, em uma cerimônia restrita e marcada pela emoção.

A despedida privada é reservada aos dignitários e funcionários da Cidade do Vaticano, abrangendo desde religiosos como freiras e bispos até jardineiros, bombeiros e médicos que trabalham para a Santa Sé. Os funcionários são conduzidos em pequenos grupos até a capela, onde o corpo de Francisco é velado sob a escolta de dois guardas suíços.

Testemunhas relataram à agência France Presse (AFP) que a cerimônia ocorre em um ambiente de silêncio e respeito, com muitos funcionários emocionados e outros proferindo orações silenciosas, de pé, ajoelhados ou sentados em bancos. Uma leiga brasileira, que trabalha em um dicastério de Comunicação, descreveu a atmosfera como "de acolhimento e de oração", expressando a irrealidade do momento para aqueles que acompanharam o pontificado de Francisco. "Vivi sua eleição, acompanhei todo o seu pontificado, então não poderia deixar de estar aqui hoje, em Santa Marta, que é sua casa e também um pouco nossa", afirmou, acrescentando que vive o momento "com muita gratidão".

Uma freira polonesa, que trabalha no hospital Umberto I, em Roma, compartilhou que a pequena homenagem lhe trouxe "muita paz". "Eu queria vir aqui sobretudo para agradecê-lo por tudo o que ele fez pela Igreja", disse, emocionada.

Além dos funcionários, algumas autoridades foram autorizadas a participar da despedida privada, incluindo o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, e o presidente da Itália, Sergio Mattarella. A despedida privada na Casa Santa Marta antecede o velório público do Papa Francisco, que será realizado na Basílica de São Pedro, onde fiéis de todo o mundo poderão prestar suas últimas homenagens.