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Comerciantes comemoram prosperidade com a Moeda Social Macaíba
Comerciantes comemoram prosperidade com a Moeda Social Macaíba
Por Rádio Energia FM 104.9
Publicado em 13/10/2025 11:05
Macaé

"Uma bolsa e muitos sonhos dentro dela". É assim que Flávia Jesus da Purificação, de 39 anos, define sua chegada em Macaé, no ano de 2019. Vinda de Santo Amaro, município da região metropolitana de Salvador, e terra de Caetano Veloso e Maria Bethânia, ela é a personagem principal de uma história familiar de lutas, superações e conquistas. Escreveu uma trajetória que poderia até virar música dos conterrâneos famosos.

O marido, Andreson, percorreu os quase 1,5 mil quilômetros que separam as duas cidades em busca de emprego. Conseguiu. Flávia o acompanhou. Primeiro, trabalhou em uma loja de pneus. Depois, foi para o calçadão da Avenida Rui Barbosa, no Centro, vender salgados. Quando tudo parecia caminhar bem, veio a Pandemia de Covid-19. Sem muita alternativa, a família se mudou para o bairro Lagomar.

"Comecei a vender uns produtos na área de serviço da minha casa. Foi a maneira que encontrei de ter alguma renda", contou. Nascia, naquela época, o Mini Mercado 22, que ainda funciona no mesmo endereço: Travessa da Harmonia, 174. Mas, em breve, vai mudar de lugar. Com a ajuda da nora, da mãe e de uma sobrinha, o negócio prosperou. Flávia vai inaugurar ainda este ano um novo espaço, em terreno próprio, cerca de 200 metros adiante, já na Travessa da Amendoeira.



O crescimento, segundo ela, só foi possível graças a Moeda Social Macaíba. Mãe de cinco filhos e já avó, Flávia é a número um do programa em todo o município.

"Fui a primeira pessoa a aderir e, no segundo mês da Macaíba, já comecei a investir. A Macaíba me deu a ousadia, porque através dela eu sei a quantidade que vende. O faturamento da loja hoje em dia é 70% da Macaíba. Isso é uma bênção para muitas pessoas", enalteceu.



Ela ainda convenceu outros cinco comerciantes vizinhos a também aderir ao programa.

"Sou grata por ter entrado e por ter tido a oportunidade de crescer. Acreditaram em mim e eu acreditei no programa. A Macaíba vale muito a pena. Esse programa ajuda as pessoas que não têm renda nenhuma. E as famílias ajudam os comerciantes, que compram de comércios maiores. É um ciclo onde todos ganham", salientou.



A cerca de 50 quilômetros de Flávia, já na região serrana de Macaé, fica o Novo Super Nosso, supermercado de Carlos Mário Ribeiro Lucas, 59 anos, natural do Rio de Janeiro, e em Macaé desde 1979. Há 13 anos ele comanda o estabelecimento no local. O comerciante foi um dos primeiros da Serra a aceitar a Moeda Social Macaíba. E comemora os resultados: o faturamento cresceu cerca de 20%.

"Nos dias 25, 26 e 27 de todo mês nós ampliamos o horário de funcionamento para podermos atender aos consumidores. Nesses dias, principalmente, o movimento é muito maior", comparou. A Macaíba fez com que ele acrescentasse mais uma central de autoatendimento e contratasse outros cinco funcionários. "A compra ser feita no comércio do bairro, do distrito, foi perfeita. A ideia de setorizar foi excelente, beneficia a mim e a população", acrescentou.



Na área urbana do município, a aproximadamente uma hora de distância de Carlos, outro comerciante também comemora a prosperidade proporcionada pela Macaíba. Jhenison Cruz, de 31 anos, chegou à cidade há 12 anos vindo de Itaperuna, no Noroeste Fluminense. Atualmente é o proprietário do Supermercado Macaé, no bairro Nova Holanda. "Fiz questão de colocar o nome do município no comércio. Para quem quer vir trabalhar e crescer, Macaé é o melhor lugar", elogiou.

O estabelecimento passa por reformas. Vai ser ampliado em 750 metros quadrados para atender à demanda dos clientes. "Desde quando a Macaíba iniciou a gente participa. Virou um Natal todo final de mês. A moeda representa 30% do movimento da loja. Com ela, tivemos condição de ter um preço melhor para o cliente", explicou. Jhenison dobrou as centrais de autoatendimento e contratou mais 20 funcionários. "Macaé mudou minha vida e da minha família", emocionou-se.

"O benefício é destinado para famílias em vulnerabilidade social e para o desenvolvimento do comércio dos bairros e distritos. As pessoas podem ir direto ao mercado, à farmácia e a outros estabelecimentos, e usar a Macaíba nas suas compras. Além disso, geramos emprego e renda para a população. A Macaíba marca a história do desenvolvimento social do município", frisou o prefeito de Macaé, Welberth Rezende.

Tudo começou em 2023
A Macaíba é uma moeda eletrônica local para realização de transações digitais de pagamentos e operações de crédito. É utilizada para o pagamento do Programa de Transferência de Renda do município. A Lei 5.075/2023 instituiu a Política Municipal de Economia Popular, Justa e Solidária, o Programa Municipal de Combate à Pobreza e às Desigualdades, além da Moeda Social de Macaé. A primeira parcela foi paga no dia 26 de dezembro de 2023.

A Macaíba circula apenas dentro do município e de forma setorizada (em sete regiões administrativas). Somente é aceita em estabelecimentos e serviços que se cadastrarem, sendo acessada por meio de cartão pelo beneficiário. Cada 1 (uma) unidade da Macaíba corresponde a R$ 1,00 (um real). A Moeda Digital Macaíba não pode ser convertida para reais pelo beneficiário do programa. Somente o comerciante poderá realizar a conversão, mediante o pagamento da taxa TED.

A Moeda Social Macaíba beneficia 15.746 famílias (num total de 31.190 pessoas), que podem realizar pagamentos em 1.836 comércios cadastrados no Programa de Combate à Pobreza e às Desigualdades da Secretaria Executiva de Economia Solidária. Em 2025, a previsão total é a distribuição de aproximadamente R$ 62 milhões até o final do ano. Os recursos aumentam o poder de compra das famílias em padarias, mercados, farmácias, prestadores de serviços, entre outros.

A proposta da administração municipal é levar mais dignidade às famílias em vulnerabilidade social, registradas no Cadastro Único (CadÚnico). A operacionalização da Moeda Social acontece por meio do Banco Macaíba, que já conta com três agências: Centro, Barra de Macaé e Córrego do Ouro (Região Serrana).

Os valores dos benefícios são diferenciados. O responsável familiar recebe 150 Macaíbas, o mesmo vale para o cônjuge. A Macaíba é paga também a até três dependentes de 0 a 17 anos, no valor de 75 cada. Pessoas com deficiência (PCD), matriculadas na rede pública municipal de ensino e listadas no censo escolar, recebem um adicional de 100 Macaíbas. O valor é repassado aos beneficiários na última semana do mês.

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